A chuva que começou pela manhã continuou se precipitando no Rio de Janeiro. Por volta das 20h30min os portões do Circo Voador (Lapa – RJ) são abertos e a grande quantidade de fãs começa a entrar no recinto. A casa encheu rapidamente.
O espetáculo, no entanto, começou com a banda Libra, que na minha singela opinião foi uma grande surpresa. Um metal puxado para o gótico e o doom, com letras em português. A citação na abertura do show com a cantiga “Se essa rua fosse minha” foi um detalhe a parte que chamou a atenção de todos e se mostrou muito interessante para o início do espetáculo.
A banda é formada por Libra (Vocals), Fifi (Bass), Daroz (Guitars) e Adal (Drums). O quarteto se mostrou completamente competente e o som agradou a todos os que estavam presentes. A apresentação contou com músicas do disco “Até Que A Morte Não Separe”, além do cover para “Enjoy The Silence” (Depeche Mode).
O álbum conta com a participação de Aaron Stainthorpe (Vocals – My Dying Bride) na faixa “Ninguém Ama Ninguém”. Uma grande promessa do cenário metal nacional.
Uma pequena pausa para a retirada dos equipamentos do Libra e é montado o set para que os finlandeses do Nightwish subam ao palco.
Depois da grande hostilidade apresentada em Minas Gerais, confesso que estava receoso quanto à reação do público a vocalista Anette Olzon. Contudo, o meu temor haveria de passar quando todos os presentes gritavam o nome de Anette, mostrando que a recepção seria calorosa e nada hostil.
A platéia se agita e os nomes dos integrantes são gritados por todos. Eis que começam a entrar no palco Anette Olzon (Vocals), Tuomas Holopainen (Keyboards), Emppu Vuorinen (Guitars), Marco Hietala (Vocals – Bass) e Jukka Nevalainen (Drums).
Uma breve “Intro” e o show se inicia com “Bye Bye Beautiful”, uma das músicas de trabalho do novo disco “Dark Passion Play”. Logo em seguida mais uma nova, “Whoever Brings the Night”.
A banda se mostrava muito a vontade no palco, brincando com o público, demonstrando que estavam realmente gostando da platéia.
O show segue com “The Siren” do album “Once”, “Dead To The World” do álbum “Century Child” e mais três músicas do novo disco são executadas: “Amaranth”, seguida por “The Islander” e “The Poet and the Pendulum”. Vale a pena citar o carisma da nova vocalista com o público carioca. Anette se mostrava satisfeita com a recepção, que se revelava em muitos sorrisos da vocalista agora loira.
Então é hora da primeira música retirada de um dos álbuns mais clássicos da banda: “Come cover me”, do “Wishmaster”. “While your lips are still red” é executada, precedendo “Sahara” retirada do novo álbum.
A banda agita o tempo todo, destacando-se pela movimentação de palco. O guitarrista Emppu Vuorinen, o baixista Marco Hietala e a vocalista Anette Olozon não pararam de correr por todo o palco, fazendo a festa dos fotógrafos de plantão.
Mais duas canções para deixar os fãs mais extasiados: “Dark chest of Wonders” e “Wishmaster” para encerrar a apresentação.
Anette pode não ser especialista em canto lírico como Tarja Turunen. Mas com sua presença de palco, carisma e vocal mais acessível, conseguiu superar a sombra da ex-vocalista. A banda sobe ao palco para o bis e executa “I Wish I Had an Angel”, música muito bem aceita pelo público e que fez a arquibancada do Circo Voador tremer.
No fim o que se pôde ver foi uma banda entrosada e com muita vontade de tocar. A recepção do público carioca foi excelente e respeitosa, o que se traduziu em frases de amor ditas pela banda à nossa cidade.