sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Show, Ares Rock Festival - 18/19/20 - 02 - 2011 (SP)


Show, Monsters Of Metal Brasil 2011 - 20 - 03 - 2011 (SP)


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Entrevista Marcus Siepen (Blind Guardian) - (Fevereiro 2011)

Esta é a primeira entrevista internacional do blog conseguida através de contato com a gravadora Nuclear Blast da Alemanha. Esperamos que seja a primeira de muitas.

Gostaríamos de informar que brevemente a entrevista estará disponível também em inglês para que mais fãs possam ter acesso a ela. Por enquanto é só, confiram o bate papo com o guitarrista Marcus Siepen da banda alemã Blind Guardian.


At The Edge Of Time é o nono álbum de estúdio do Blind Guardian e é o sucessor de A Twist In The Myth, lançado em 2006. Mantendo certa constância, o intervalo de um álbum para outro tem sido de quatro anos desde 1998 e isto aconteceu quando houve o lançamento de Nigtfall In The Middle Earth. Existe alguma razão para lançar os álbuns como a Copa do Mundo de Futebol (risos)?

É claro que existe, nós amamos assistir Copas do Mundo de Futebol na estrada ;) mas falando sério, não existe nenhuma pré determinação no Blind Guardian que dite lançar um álbum a cada 4 anos, foi um desenvolvimento natural. Primeiro de tudo você tem que ver que nós estamos viajando muito em turnê a cada novo álbum. Para pegar o último como exemplo, após o lançamento de “A Twist In The Myth” nós estivemos na estrada por 18 meses. Somente após a turnê ter acabado nós começamos a escrever novas músicas, que de novo nos toma um ano, talvez um ano e meio, então nós com certeza precisamos de algum tempo para gravar as novas músicas e então você tem o nosso lançamento a cada 4 anos. Se nós encontrássemos um jeito de fazer tudo isso mais rápido então nós faríamos, mas nós não conhecemos esse jeito mais rápido. Nós só precisamos daquele tempo para escrever 10 músicas que estão no “Nível Blind Guardian” (nós definitivamente não queremos encher lingüiça no álbum) e nós também precisamos de algum tempo para gravar apropriadamente, nós só não queremos comprometer quando se trata de composição ou produção.

Marcus, uma curiosidade sobre o Blind Guardian é o fato de contar com Oliver Holzwarth como baixista desde 1997. Existe alguma possibilidade de um dia o vermos efetivado no Blind Guardian?

Não, não existe chance disto acontecer. Blind Guardian sempre foi uma banda de 4 integrantes e permanecerá assim, não existe absolutamente nenhum plano de adicionar nenhum membro à nossa formação, nem Oliver nem qualquer outro. Nós não vemos a necessidade de adicionar qualquer outro membro à nossa formação, nós trabalhamos perfeitamente bem do jeito que estamos.

Neste novo álbum, a banda está mais progressiva do que outrora. Existe alguma razão para a ligeira mudança de sonoridade que era uma marca registrada do Blind Guardian?

Nós nunca planejamos nos tornar mais progressivos, na verdade eu não acho que nos tornamos, mas tudo que eu posso dizer sobre a composição é que tudo veio naturalmente. Nós mudamos algumas coisas enquanto compúnhamos; normalmente nós tiramos algum tempo livre após terminar uma turnê, desta vez nós começamos imediatamente, então nós estávamos ainda cheios com toda a energia e a adrenalina da turnê, e isto com certeza influenciou nossa composição. Outra mudança foi o fato de que desta vez nós interrompemos o processo de composição duas vezes para fazer alguns shows, que de novo injetou toda a energia e empolgação. Mas além desta forma de trabalho de escrever de sempre, nós nunca seguimos um plano rigoroso, nós somente começamos e vemos o que sai.

Marcus, o que pode nos dizer sobre o conceito da capa do álbum? Como foram elaboradas as composições e como está sendo a recepção do álbum diante aos fãs?

A recepção do álbum entre os fãs e também pela crítica tem sido incrível. Muitas pessoas consideraram este como “O” álbum do Blind Guardian, que captura tudo sobre o que esta banda tem sido e eu concordo absolutamente com isto. Além disso, o retorno que nós temos na turnê é incrível. Até agora tivemos 4 novas músicas no set e elas se encaixam perfeitamente com as clássicas, de alguma forma eu sinto como se nós estivéssemos tocando estas músicas já há vários anos. Sobre a capa, quando nós conversamos sobre a arte da capa nós nos focamos na música “Wheel of Time”, então nós tivemos a idéia com aquela pirâmide, os guardiões, o dragão... nós conversamos com o cara que fez a capa para a gente e apresentamos nossas idéias a ele, e então tudo foi muito suave. Ele trabalhou incrivelmente rápido e nos mandou esboços que já pareciam muito bons, mas o que mais me surpreendeu foi sua velocidade quando nós tínhamos algumas correções, algumas vezes ele não demorava nem uma hora para responder às nossas idéias. Em minha opinião o resultado final é, na capa e também todos os desenhos dentro do encarte, o melhor trabalho que nós já tivemos, então nós estamos mais do que felizes com isto.


Uma coisa que chamou a atenção na turnê brasileira foi o fato de algumas capitais como o Rio de Janeiro não estarem na rota dos shows. Visto que a banda se apresentou em 2008 nesta cidade, existe algum motivo para a exclusão dela na nova turnê?

Eu tenho que dizer que fiquei surpreso com isso também, eu esperava que o Rio estivesse entre as cidades para a turnê também, mas obviamente nosso promoter local no Brasil tinha planos diferentes. Ele está encarregado da rota desta turnê, então imagino que ele tenha suas razões, mas nós definitivamente não lhe dissemos para excluir o Rio.

Falando um pouco mais dessa passagem anterior no país, do que você se recorda do Rio de Janeiro?

É claro que me lembro do Rio, nós tocamos grandes shows lá e nós também tivemos grandes momentos. Eu lembro que nós uma vez ficamos num hotel em frente à praia de Ipanema e depois do café da manhã nós tivemos a grande idéia de nos divertirmos nas ondas... bem, nós tivemos muita diversão, mesmo porque nós quase nos afogamos porque as ondas eram muito grandes e fortes ;) Eu também só tenho grandes lembranças da entrevista no Rio então eu definitivamente espero que nós possamos voltar com a próxima turnê.

O baterista Frederik Ehmke já está a um tempo razoável na banda, ele já está completamente integrado aos processos de composição e criação da banda?

Sim, ele é um membro completo e pode ter sua influência em qualquer coisa relacionada à banda assim como Andre, Hansi ou eu.

Marcus um de seus hobbies é o skate. Como você consegue manter esta atividade durante as turnês? Deve ser difícil a atividade se considerarmos os riscos que você pode ter.

Ok, deixe-me esclarecer de uma vez por todas: Eu NUNCA fui um skatista! Nunca na minha vida! O que eu fiz foi treinar uma vez, por aproximadamente duas horas, e eu me diverti, mas então eu caí e quebrei minha perna em 5 lugares, e este foi o fim da minha muito curta carreira de skatista. Desde aquele dia eu nunca mais toquei um skate e eu não vou mudar isso. E para responder sua pergunta, mesmo que eu fosse um skatista, eu tenho ciência dos riscos de cair e me machucar seriamente, então eu não praticaria skate na turnê de forma alguma, eu prefiro ir passear, isto não é tão perigoso ;) Se eu precisar de algumas emoções na turnê eu prefiro jogar World of Warcraft ;)

Como a banda tem encarado o problema dos downloads ilegais? Você vê essa questão como um problema real para a indústria fonográfica ou algo que possa ser resolvido com calma?

O problema em minha opinião não é realmente a internet ou o fato de que você tecnicamente pode baixar alguma coisa, a música sempre foi copiada e provavelmente sempre será copiada, o problema é a atitude de muitas pessoas que simplesmente se recusam a pagar por algo, mesmo que ele goste. Se você quer ver uma banda e você baixa algumas músicas, tudo bem. Se você gosta deles e compra o álbum, ótimo! Se você não gosta deles e você simplesmente exclui, legal também. Mas baixar tudo sem pagar nenhuma vez vai matar a banda, ponto final. Para nós, tocar nesta banda e fazer música é uma paixão, uma devoção, algo que nós amamos, mas é também nossa profissão, é o que paga nosso aluguel. Qualquer banda depende de vender seus álbuns, e se os “fãs” não compram os álbuns nunca porque tudo parece ser de graça na internet então mais e mais bandas desaparecerão, isto é algo que as pessoas devem estar cientes e compreender..

Como tem sido as vendas do single A Voice In The Dark e do álbum At The Edge Of Time?

Para ser honesto eu não vi nenhum número sobre vendas até agora, mas a reação de ambos, o single e o álbum, tem sido maravilhoso, todos os retornos que nós temos da imprensa e dos fãs diretamente tem sido muito bons, o mesmo vai para a reação dos fãs quando nós tocamos as músicas novas ao vivo, então nós estamos muito felizes com estas reações.

Como foi a gravação do vídeo clip A Voice In The Dark? Gostamos muito do clima obscuro dele. O que podemos esperar nesta turnê do Blind Guardian?

Penetrando nesse vídeo, foi uma experiência legal para nós porque todas as nossas participações foram feitas em telas azuis, então nós não tínhamos a menor idéia se o resultado final seria bom. Também é estranho quando o diretor te instrui a olhar para certas coisas que simplesmente ainda não estão lá, mas como eu disse, foi uma experiência legal. Sobre a turnê, você pode esperar uma boa mistura das velhas e novas músicas do Blind Guardian, alguns dos clássicos, é claro, mas também algumas coisas que nós não tocamos há algum tempo.

Marcus gostaríamos de agradecer novamente a oportunidade e nos vemos na tour. Por favor, mande um “olá” aos leitores do nosso blog. Obrigado novamente.

Obrigado a todos vocês por todo o excelente retorno e apoio durante todos esses anos, nós estamos muito empolgados para finalmente voltar ao Brasil e eu posso prometer à vocês alguns grandes shows. Vejo vocês em breve!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Thrashera: Gravações terminadas, novo integrante, novos sons e vídeos no myspace.

A banda Thrashera passou a ser um quarteto com a entrada oficial de Hellbutcher assumindo as quatro cordas.

O novo integrante participou da gravação do terceiro registro do grupo que deve ser split com outra banda e tem previsão de lançamento para o mês de abril de 2011.

Algumas músicas inéditas desse novo trabalho, podem ser conferidas no myspace oficial onde também estão disponíveis três vídeos underground que foram registrados durante os intervalos das gravações no estúdio Anderson Engel no Rio de Janeiro.

Para conferir os novos sons acesse! www.myspace.com/thrashera666



Fonte
Music Reunion Prod’s

Show, Michael Schenker - 24 - 02 - 2011 (GO)


Show, Michael Schenker - 25 - 02 - 2011 (SP)


Show, Fullmetal - 26 - 02 - 2011 (RJ)


Show, Primal Fear & Anvil - 27 - 02 - 2011 (SP)


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Show, Gunpoint 12 - 02 - 2011 (RJ)


Com o calor infernal que está fazendo no Rio de Janeiro, nada mais reconfortante do que a assistir uma apresentação em um pub chamado Calabouço Heavy & Rock Bar. Apesar do nome, a casa é aconchegante e para nossa surpresa o ar-condicionado estava funcionando perfeitamente.

A casa é pequena e possui dois andares, o palco se localiza no andar de baixo e é facilmente visto por todas as mesas do local. A variedade de cervejas, drinks e petiscos é um atrativo a mais para os freqüentadores visitarem o local.

O Calabouço conquistou seu espaço no cenário carioca devido a boa estrutura e a programação que possui durante a semana.

No dia 12 de fevereiro foi a vez do talentoso vocalista Gustavo Monsanto, conhecido pelos seus trabalhos a frente de bandas como Takara, Adágio e Revolution Renaissance, apresentar sua banda de covers.

Gustavo Monsanto.

A casa abre cedo apesar do horário tardio do show, isso facilita a aquisição de uma mesa em um bom lugar. Chegamos por volta das 20:30 hs, deu tempo de assistir a passagem de som, conversar com os amigos e bebericar algo enquanto esperávamos o início da apresentação as 23:00 hs.

Para a surpresa de alguns que estavam no recinto, houve uma banda de abertura, não mencionada no flyer do evento.Os escolhidos foram os “Sobrinhos da Deise”, ou seria, “Daisi”, “Daisy”, bom, enfim, vocês entenderam.

Uma molecada de não mais do que quinze anos subiu ao palco, o set foi constituído de muito Rock N’ Roll, Beatles, Pink Floyd, Nirvana e alguns outros foram revisitados pela jovem banda que adicionaram velocidade a execução das mesmas.

O grande barato era ver que uma galera tão nova que podia estar ouvindo “Quero Te Dá ...” entre outros clássicos da música carioca, estavam ali, curtindo um Rock, tocando e cantando com disposição e vontade.

Logo após a execução de mais ou menos umas sete músicas, não me lembro ao certo pois neste momento uma forte gripe atrapalhava meu raciocínio, nada que uma caipirinha não resolvesse temporariamente, a banda Gunpoint, a banda de Gustavo, sobe ao palco.


Gunpoint.

Dotado de um carisma ímpar, assim como toda a banda, e uma habilidade técnica que me surpreendeu bastante ao vivo, Monsanto fez um show homenageando grandes nomes do Hard / Heavy mundial.

Gustavo Monsanto se mostrou um artista versátil passando por músicas de artistas como Aerosmith, Guns And Roses, Led Zeppelin, Ozzy Osbourne, Black Sabbath, Ronnie James Dio, Judas Priest, Iron Maiden, Alice Cooper.


Bebeto Daroz e Léo Pagani.

Um deleite aos ouvintes que compareceram ao Calabouço Heavy & Rock Bar. A banda de apoio de Gustavo é capaz e dotada de muito talento, o guitarrista Bebeto Daroz não requer muitos comentários pois é um cara bem conhecido no underground carioca e dispensa maiores comentários sobre seu talento, o baixo ficou a cargo de Jayme Monsanto e a bateria com Léo Pagani.

Uma noite divertida com bebidas, petiscos, alguns conhecidos e muita boa música, espero que o projeto toque mais vezes no Calabouço, visto que essa é a segunda vez que acontece, com certeza é uma excelente pedida para as noites de sábado.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Show, Gunpoint - 12 - 02 - 2011 (RJ)


DIA 12/02 ( SÁBADO ) GUNPOINT

Atendendo a inúmeros pedidos volta ao Calabouço o projeto do vocalista Gus Monsanto ( ex Adagio, Revolution Renaissance ). Gunpoint, venha conferir os maiores clássicos de Ozzy, Iron, Accept, Rainbow, Guns N Roses, Led Zeppelin, em um Show imperdível.

ENTRADA: R$ 15,00

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Show, Dark Maiden 11-02-2011 (RJ)

DIA 11/02 ( SEXTA ) DARK MAIDEN

O Calabouço tem o prazer de convidar a todos para um dos melhores Tributos ao Iron, a banda Dark Maiden foca as músicas raramente tocadas pela banda (algumas nunca apresentadas antes) e que os fãs sempre quiseram curtir ao vivo. Apresentando um set de B-sides, mesclado com clássicos escolhidos a dedo, em um Super Show com mais de 25 músicas.

ENTRADA: R$ 15,00

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Thrashera

Início das gravações da nova demo.



No último final de semana, a banda carioca Thrashera iniciou a primeira fase das gravações de músicas que farão parte de seu terceiro registro.



O lançamento ainda sem título está sendo negociado com a gravadora francesa Ortisid Latem Productions que lançou a 2ª demo do Thrashera em 2010.



Em breve a banda estará apresentando novidades e também disponibilizando algumas faixas para audição no myspace oficial.


www.myspace.com/thrashera666



Contatos: thrashera666@gmail.com

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Entrevista Marcelo Moreira (Janeiro-2011)

Marcelo, você começou a tocar aos nove anos de idade. De onde veio a inspiração e a vontade de começar a tocar bateria ainda tão novo?

Isso é uma pergunta praticamente sem resposta. Até hoje não sei ao certo o que me motivou. Só lembro que dos 8 aos 9 anos de idade passei pedindo ao meu pai para tocar bateria. Eu sabia que queria ser baterista sem saber ao certo o que era um baterista. Meu pai tentou me colocar para estudar violão pois essa vontade de tocar bateria poderia ser só uma coisa de criança, que iria parar os estudos em pouco tempo. Mas não teve jeito. Fiz um mês de aula de violão e voltei a insistir com o meu pai que eu queria ser baterista. Até que comecei a estudar bateria e nunca mais parei. Lembro também de ter visto aos 8 anos o solo de bateria do Neil Peart no show do cd Exit Stage Left e isso ficou na minha memória. Inclusive a minha vontade de ter bateristas enormes vieram dessa época e também do show que assisti do Iron Maiden em Porto Alegre quando eu tinha 11 anos.


A vida de músico no Brasil é algo extremamente variável, alguma vez, você sentiu vontade de seguir um outro caminho em sua vida, ou a bateria se mostrou como o único? Quais as principais dificuldades em ser músico no Brasil?

Já cheguei a pensar em seguir outros caminhos e em alguns períodos até segui paralelamente a música. Mas quem é músico de verdade já nasce com isso e não consegue abandonar. É um vício. Se você fica um tempo longe dos palcos sente muita falta. Existem muitas dificuldades principalmente quando você procura trabalhar com música autoral. Mas como músico você pode trabalhar em diversas áreas. Desde aulas, produções, fazer shows e gravar como músico contratado e por aí vai. Muitas carreiras são difíceis, mas quando você faz o que realmente gosta você passa por cima de qualquer dificuldade.


Nos seus trabalhos, podemos notar que você é um músico versátil e virtuoso, qual a rotina de treinamentos e ensaios que você segue?

Não tenho rotinas. A minha prática vem do dia a dia. Dos ensaios com as bandas e dos shows. Nunca tive momentos apenas de estudo. Sei que isso não é o ideal, mas foi assim comigo. Muitos discos eu gravei apenas ouvindo as músicas na hora, criando e gravando. Sigo muito a intuição ao invés de ficar pensando como se fosse matemática.





No ano de 1996, o Burning In Hell lançou sua primeira demo, “Under My Dominate”, e em 1998, a segunda demo intitulada “World Of Illusion”, como foi a repercussão destes materiais e o que você se recorda das gravações?

Tenho grandes lembranças dessa época, pois tudo era mais difícil. Fazíamos um som difícil de tocar e entrávamos no estúdio com cerca de 20 horas para gravar 5 músicas e mixar. Não tinha edições e todos os recursos de hoje, então você tinha que estar bem preparado. Por isso também se ensaiava muito mais do que hoje em dia. Tivemos um destaque bem grande para a época lançando a segunda demo no formato de um CD split no Japão, numa época que os contatos ainda eram feitos, numa maioria, por cartas e era muito difícil se conseguir contatos importantes.


Quais as principais influências para a sonoridade da banda?

Todos da banda ouviam MUITO Iron Maiden e Helloween. Depois começamos a conhecer outras bandas de power metal como Blind Guardian e Stratovarius. Na época éramos viciados em conhecer bandas novas de heavy metal. Fazíamos muita pesquisa. Mas o que mais chamava a atenção de todos da banda eram as músicas mais rápidas dessas bandas e foi daí que pensamos em fazer só músicas rápidas. E estou falando de 95 muito antes de ter no mercado bandas com essa caractérista. E também procurávamos ser um pouco mais agressivos do que o metal melódico num geral.


O Burning Hell lançou seu debut, auto intitulado, em 2004, mas foi em 2006 com “Believe” que a banda ganhou o status de grande. A banda foi aclamada em diversas revistas nacionais e internacionais, figurando entre os 30 melhores álbuns de Metal Melódico pela consagrada revista Burrn! (revista japonesa). Como foi isso?

Ficamos muito felizes com o resultado dos discos. Isso foi o resultado de muito trabalho. Nunca imaginamos estar numa lista dessas como a da revista Burnn! que colocou nosso álbum numa lista com bandas como Hellween, Hammerfall, Angra, Gamma Ray, Edguy e por aí vai. Todas as bandas que éramos fãs. Não tem sensação melhor do que ver todo o seu esforço ser reconhecido por alguém.






Ainda sobre o Burning In Hell, a banda tocou com muitas bandas ao longo de sua carreira, grandes nomes como Angra, Shaaman, Hammerfall, Sonata Arctica, After Forever, entre outros. Qual o sentimento em torno de se poder trabalhar com estes artistas?

Foi sempre muito legal poder estar ao lado dos nossos ídolos. Por exemplo no show com o Hammerfall eles ficaram assistindo nosso show do palco. No final do show o baterista veio conversar comigo falando que quando começou a ouvir o som do nosso show ficou tão empolgado e foi ao palco. Após ver um pouco do show, voltou ao camarim e chamou o resto da banda pois tinha achado muito bom. Tanto que no CD Crimson Thunder eles nos citaram na lista de agradecimentos. São coisas assim que fazem você nunca querer abandonar a música.


Em alguma ocasião houve algum tipo de problema com as bandas ditas como “grandes”?

SEMPRE HÁ (risos). Mas prefiro deixar essas histórias no esquecimento, pois pessoas tentando derrubar as outras existem em todos os mercados de trabalho. Infelizmente existem pessoas assim. Assim como tem pessoas boas que ajudam os outros. Por exemplo, foi o Uli Kush (ex-Helloween, ex-Masterplan) que me indicou ao Epica após apenas me conhecer pela internet. Ele viu meus vídeos e ouviu minhas músicas e após saber que eu estava querendo tentar algo na Europa, mandou um e-mail para o Mark do Epica.






Um fato que impressiona nos trabalhos do Burning In Hell é a produção, incluindo aí o design gráfico. Como foi escolhida as artes de capa dos trabalhos e como é feito a produção em geral?

Em 97, Comecei a aprender computação gráfica para poder fazer trabalhos para a banda, pois não tínhamos dinheiro para contratar alguém. E sempre tem muita coisa que uma banda precisa e isso custa caro. Fiz a capa e todo o encarte do primeiro álbum do Burning in Hell e das demos. No segundo álbum chamei uma artista incrível chamada Isis Souza, mas sempre estive procurando dirigir o trabalho. Um CD começa a ser vendido pela capa.


Marcelo, como é tocar com músicos rápidos como Ederson Prado que é considerado o baixista mais rápido do mundo pelo Guinness World Records (Brasil)? Isso fez com que você tivesse que aumentar sua velocidade em alguns momentos?

Na verdade foi ao contrário. O Ederson que se adaptou a velocidade da banda. Nunca escrevemos músicas pensando em mostrar o quanto podemos ser rápidos. A gente compõe as músicas sem pensar em velocidade e sim em deixar as idéias na velocidade certa para soarem legais. Como gostamos de músicas rápidas as nossas idéias nascem assim. Mas todos na banda, inclusive o Ederson, sabem que a velocidade é apenas uma ferramenta e não o que faz uma música ser boa. A gente procura trabalhar bem todas as partes de harmonia, arranjos e tudo mais para ter uma música boa. As partes que necessitam ser rápidas, elas naturalmente são rápidas assim como tem diversas partes cadenciadas. Tem que saber misturar bem as diferentes partes para ter um disco bom de ouvir.


Voltando a sua carreira solo, qual a sensação de ter sido quase eleito para assumir as baquetas na banda Epica?

Essa experiência foi muito positiva. Passei 10 dias com o pessoal do Epica na Holanda. Fui o único não europeu que foi chamado para fazer a audição com a banda. Na época só não fiquei na banda, pois o baterista que estava deixando a banda, após um ano anunciando sua saída, resolveu ficar na banda após minha audição. Até hoje não sei ao certo o que aconteceu, mas enfim foi bem bacana ter o trabalho reconhecido por uma banda como o Epica.


Nesta ocasião você foi indicado pelo excepcional Uli Kusch (ex-Helloween, Masterplan e outras), como foi esse contato? Ele permanece ainda hoje?

Isso foi até mais legal que ter feito o teste (risos). Sou fã do Uli Kusch desde o primeiro trabalho dele com o Helloween. Assisti ele ao vivo em 97. Mandei um e-mail para uma banda que ele estava tocando na época falando sobre o meu trabalho e procurando bandas européias para tocar. Foi então que ele conferiu meu material e me respondeu falando coisas muito boas sobre meu trabalho como baterista e falando que iria me indicar ao Epica. Foi algo que eu nunca imaginaria ainda mais de uma pessoa que eu nunca tinha tido um contato. Nos falamos até hoje, e ainda pretendo trazer ele para o Brasil para fazer workshops.







Como surgiu o convite para tocar no Almah?

Após o meu teste no Epica voltei ao Brasil e fui convidado por Edu Falaschi para fazermos uma tour de workshops. Durante esses workshops o Edu pode conferir como eu estava tocando naquele momento e me convidou para entrar no Almah. Foi muito legal esse convite pois o Almah estava fazendo um som que eu achava bem bacana e o cd Fragile Equality saiu com uma pitada de cada membro que entrou na banda. Acho muito bom esse álbum. Estamos compondo um disco novo!!!


Marcelo, sua agenda de workshops é algo assustador. Como consegue conciliar o tempo com bandas e workshops?

Sempre dá tempo de fazer o que queremos. É tudo questão de organização. Eu corro muito atrás das coisas que eu gosto, então faço surgir sempre mais tempo e mais trabalhos. O meu trabalho é também o meu hobbie. Então não vejo problema em me dedicar o dia todo a isso.


Recentemente você visitou vários locais ao lado de Timo Tolkki (ex-guitarrista Stratovarius, Revolution Renaissance) como foi conviver com este ícone?

Foi muito gratificante. Eu era fã de Stratovarius desde 93. Poder ter convivido quase um mês com alguém que conhece tanto de heavy metal e de music business foi como um mestrado em um mês. Queria ter tido essa oportunidade quando estava começando a tocar, com certeza teria cortado caminhos. No início estava apreensivo, pois o que eu conhecia dele era o que aparecia na mídia. Mas o cara é o oposto do que escrevem. Me ensinou muito e demos risadas todos os dias.


Quais suas lembranças dos shows realizados no Rio de Janeiro?

Adorei ter tocado no Rio. Foi minha primeira vez também visitando a cidade. A galera estava empolgadassa e o Circo Voador é um local único para se tocar. Fui um dia antes ao show para poder curtir a cidade. Foram umas 16hs de churrasco e cerveja (risos).


Além de seus workshops, quais os seus projetos futuros?

Estou compondo o novo disco do Burning in Hell e do Almah, tenho gravações na Argentina e Grécia, estou compondo músicas para um novo projeto que logo estarei divulgando, produzindo algumas bandas e gravando alguns discos aqui no Brasil como baterista contratado.


Marcelo, para fechar deixe um recado aos nossos leitores e aos que querem se tornar como você em um mestre das baquetas.

Queria agradecer ao espaço e dizer que se você quiser ser músico e viver disso é preciso se dedicar o mesmo ou mais que você se dedicaria a outra carreira como de medicina, odontologia, engenharia... Não basta só querer as coisas, tem que se dedicar e correr atrás. Você fazer o que gosta deixa de ser um trabalho e sim uma diversão lucrativa. Seja ela a profissão que for. Continuem sempre curtindo heavy metal.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Show, Imago Mortis - 30-01-2011 (RJ)

Criada em 1995, a banda Imago Mortis oriunda do Rio de Janeiro alcançou certa notoriedade no cenário nacional com o lançamento dos álbuns Images From The Shady Gallery (1998), Vida: The Play Of Change (2002) e Transcendental (2006).


A banda que a quatro anos não se apresentava na cidade do Rio de Janeiro e que a dois anos não tinha nenhum tipo de atividade voltou aos palcos no dia 30 de janeiro de 2010 no Teatro Odisséia.

A casa que outrora era um berço apenas para artistas de Samba e Choro têm abrigado ultimamente shows de variadas vertentes do Rock / Heavy Metal. Artistas nacionais como Aquaria e Andre Matos e internacionais como Crashdiet e Municipal Waste já deram o ar da graça no palco.

Na abertura da casa os presentes foram brindados com boa música rolando nos alto falantes da casa, várias vertentes de Rock/Metal foram lembradas e curtidas pelos que ali estavam.

Em determinado horário é apresentado um DJ que fez um set no mínimo inusitado. Tocando música eletrônica, o público foi educado, apesar de a maioria achar estranho a presença do cidadão ali. Para animar um pouco, quase no fim do set Daemon Ross (Guitars) subiu ao palco e começou a solar algumas notas acompanhado da batida eletrônica, mostrando que além de ser um grande músico também é um grande improvisador.

Retirada a aparelhagem do palco, eis que começa a ser preparada a entrada do Imago Mortis. Um DVD com imagens do álbum Vida:The Play Of Change que seria executado na íntegra e depoimentos de alguns nomes importantes na cena Metal nacional e antigos membros da banda comentando sobre este trabalho.

Imago Mortis


Antes de começarmos a falar da apresentação, vamos explicar rapidamente o conceito deste trabalho: o álbum Vida:The Play Of Change conta a história de um doente terminal que possui um vírus chamado Vida.


A história é densa e emotiva passando por nuances musicais únicas prendendo o ouvinte e fazendo-o compartilhar a história do protagonista. Não iremos nos aprofundar mais para deixar que o leitor ouça, sinta e tire suas próprias conclusões e interpretações.




Alex Voorhess (Vocals)


A banda composta por Alex Voorhess (Vocals), Rafael Rassan (Guitars), Marcelo Val (Bass), Marcos Ceia (Keyboards), André Delacroix (Drums) subiu ao palco com a participação do ilustríssimo Daemon Ross no lugar de Rafael Rassan.


A apresentação começou com Long River, seguindo obviamente a ordem do álbum, seguida por Central Hospital e Three Parchae, cadenciadas unindo peso e melodia como todo Doom Metal deve ser.


O clima esquentou com Pain que foi explicada pelo vocalista Alex antes de sua execução. A música trata do vício adquirido pelo doente, a Endorfina, para diminuir as dores do vírus Vida. As vocalizações soturnas de Alex dão lugar a guturais insanos fazendo a galera balançar a cabeça.


Seguindo a proposta do show, foi executada Envy, Me And God, que contou com a entrada de Rafael Rassan no palco unindo forças com Daemon Ross nas guitarras.



Rafael Rassan (Guitars)

A interpretação de Alex nas músicas é algo único e que prende o espectador, The Silent King.Imsomnia, Terminal Christ, Unchained Prometheus, foram executadas com maestria pelos músicos.


O entusiasmo da banda só não foi maior devido as limitações físicas do pequeno palco, fazendo com que houvessem alguns esbarrões entre os músicos.


Na última faixa deste marco, Saudade, fotos de diversos músicos são passadas no telão, a um som de uma melodia melancólica. Imagens de ídolos como Elvis Presley, Elis Regina, Dimebag Darrel. Cliff Burton, Dio, Michael Jackson além de músicos do underground e pessoas queridas da banda, uma demonstração de carinho, respeito e representativa do que o Rock deve ser: FAMÍLIA.


E essa é a palavra que definiu o show do Imago Mortis: FAMÍLIA. Verdadeiros fãs que entoavam as canções da banda, amigos, casais, hard rockers, headbangers, thrashers, black metallers, góticos, todos dando apoio a banda em um clima de irmandade, relembrando os tempos áureos do metal carioca.

Marcelo Val (Bass)

A banda volta ao palco e começa o bis com Bring Out Your Dead do álbum Transcendental de 2006. Uma homenagem ao grande mestre Ronnie James Dio é feita com a execução de Don't Talk To Strangers, cantada em uníssono pelos presentes. A última da noite foi Sangue e Dor também lançada em 2006 presente no álbum Transcendental.

Um bom show, a volta de uma grande banda que fez com que muitos amigos se revissem. Parabéns ao público e a banda e também para o DJ que teve a coragem de enfrentar o público presente e que provavelmente se surpreendeu com o mesmo. Esperamos rever a todos em breve. \m/.