Dessa vez entrevistamos a banda Dreadnox. A banda que foi muito conhecida no underground carioca nos anos 90 e encerrou suas atividades em 2000, agora está de volta com um novo álbum chamado “Dance Of Ignorance”. Confira abaixo a entrevista da banda contanto sobre o passado e o presente! Em outubro de 1993, a banda estava estreando no cenário underground do RJ.Conte-nos como foi a fase de criação da banda até os palcos.
Fábio Schneider: Eu e o Felipe nos conhecemos há muitos anos e, como eu gostava de cantar e ele tocava bateria, decidimos montar uma banda, mas, óbvio, faltavam as guitarras e o baixo. Uns dias depois, o Felipe, através de um amigo, conheceu o Kiko que estava, naquele momento, ensaiando com uma outra banda e, gostando do que viu, me avisou no dia seguinte. Assim, marcamos um ensaio com o kiko e o resultado foi fantástico, parecia que já ensaiávamos há anos. Depois, o Felipe lembrou-se de um amigo de colégio, Luciano, que era, também, um excelente guitarrista e topou na hora. Quanto ao baixista, o Kiko tinha um colega, também de colégio, Juliano, que tocava baixo e, assim, a banda estava formada. Passamos, então, a ensaiar toda a semana. Em meados de Outubro, haveria um Sarau de bandas do Instituto Guanabara, colégio do Kiko, e, claro, nos inscrevemos. No dia 20 de outubro de 1993, vencemos o Sarau e nascia o Dreadnox.
Em 1995 foi gravada a demo Master Brain,como foi a repercussão naquela época ?
Foi muito boa! Vendíamos muitas fitas cassetes nas lojas de Rock, para os amigos, parceiros de outras bandas e enviávamos para alguns estados também. Chegamos, com isso a tocar no FECA em Americana (SP) e em um festival em Uberaba (MG).
Em dezembro de 1995, a banda teve a oportunidade de tocar numa Jam Session com Andre Matos, Kiko Loureiro e o até então novato e jovem Renato Tribuzy. Como foi para a banda estar participando dessa Jam? (PS: Os vídeos da Jam podem ser conferidos no youtube).
Bem, Tocar ao lado do André Matos e Kiko Loureiro foi uma honra e uma emoção muito grande. São excelentes músicos e nossas principais influências. Somos fãs!! Temos muito respeito por eles. O Renato, somos amigos há muito anos, poxa, eu vi o Horizon ser criado. Sempre foi nosso amigo. Um excelente compositor, um puta vocalista, um grande artista.

Vocês participaram de uma coletânea da gravadora Hellion em 1998. Como foi realizado o convite?
Na época do álbum Divine Act, fechamos uma parceria de venda com a Hellion e mandamos alguns cds para lá, e, como ela estava selecionando bandas para aquela coletânea e gostou muito do nosso som, surgiu o convite.

Também em 1998, foi lançado o álbum Divine Act, do qual tive a oportunidade de ouvir algumas músicas e gostei bastante. Como se deram as gravações e como foi repercussão do álbum na mídia e quanto a vendas?
Já tinhamos um material gravado no estúdio do Daniel Cheese, o Cheese Factory (RJ) e gravamos as novas composições no Estudio Manhattan (RJ) que foi, também, o nosso selo. Na verdade, cometemos muitos erros de planejamento e, naquela época, sem muito apoio, com a Internet iniciando, além de uma certa imaturidade da banda, não conseguimos fechar nehum contrato de distribuição para o álbum. Acabamos ficando com muitos cds encaixotados em casa, sem muito o que fazer, mas lembro que enviamos muitos cds para várias partes do mundo para divulgação e as críticas eram sempre excelentes.

Em 2000 a banda encerrou as atividades. Porém agora no final de 2010 vocês voltam com força total, com uma banda renovada e com um novo álbum chamado Dance Of Ignorance. Conte-nos um pouco sobre o retorno da banda e o processo de gravação do novo álbum.
Demos uma pausa no Dreadnox, mas nunca perdemos o contato, pois somos, acima de tudo, amigos e confesso que estava engasgado esse término da banda durante esses anos e, um dia, nos falamos por telefone e decidimos fazer um ensaio pra ficar tocando covers, Dreadnox, qualquer coisa e, assim, durante os ensaios, surgiu o papo de compor novas músicas e terminar outras que fizemos na época do Divine Act. Estávamos, então, eu, Kiko e Felipe decididos a voltar, mas pra fazer um álbum matador, pesado e poderoso para balançar o metal mundial. Um volta triunfal!
Houve algum contato com os membros antigos para uma reunião com a formação original ?
Sim, quando nós três decidimos voltar, contactamos o Luciano, mas por questões profissionais, não pôde retornar a banda e decidimos ficar com apenas o Kiko nas guitarras. Perdemos, também, o contato com o Pacheco, então, chamei o Dead, meu amigo de muitos anos, para compor o baixo. Ele já havia tocado com a gente em ensaios passados na época do Divine Act.
Poderia essa volta ser classificada como uma “nova estréia” já que alguns fãs da banda terão a oportunidade de vê-la novamente em ação e muitos outros irão ver a banda pela 1ª vez ?
Com certeza! Recebemos muitos e-mails com mensagens muito positivas sobre nossa volta e é impressionante como têm fãs que lembram dos lugares e épocas que tocamos, ansiosos de assistirem nosso show de estréia, além da galera mais nova, ou mesmo quem não conhecia a banda, de curtir nosso show!
Sendo o Dance Of Ignorance produzido por Renato Tribuzy (que participa na faixa Survive do álbum), que até mesmo tem se dedicado mais à produção do que sua própria banda e mixado por Alex Macedo, podemos esperar um trabalho de excelente qualidade. Qual o nível de satisfação da banda com a produção ? Conseguiram atingir as suas expectativas ?
Fabio: Cara, quando eu ponho o cd pra tocar e ouço aquela porrada da “Fight with the Light” logo no início, já começo a rir de felicidade. É muito gratificante você ter o seu trabalho finalizado de forma tão profissional, feito com muito suor e muita dedicação de toda a banda e a equipe participantes do álbum. Assim que tivemos a ideia de gravar o álbum, a primeira pessoa que veio à mente foi o Tribuzy, tanto pela amizade quanto pela competência, ainda mais que na época tinha saído o álbum Execution, um trabalho primoroso com a participação dos maiores ídolos do metal, como o Bruce Dickinson, Michael Kiske e Ralf Scheepers.

Como surgiu a idéia da participação do Renato Tribuzy no álbum ?
Durante as gravações, queríamos fazer uma homenagem, um agradecimento ao Renato pelo excelente trabalho que ele desenvolveu com o Dreadnox e dividi com ele a música “Survive” que ficou excelente!
Já há alguma previsão para shows?
Estamos negociando shows para o fim do ano e começo de 2011. Mas ainda é cedo e não posso divulgar.
Como será feita a venda do cd?
Fechamos com a Diehard Records para distribuição e venda no Brasil. No exterior, com a Nightmare Records para venda nos EUA e Canadá. Como o álbum foi lançado há menos de 1 mês, estamos fechando outros contatos para outros países.
Pra vocês que tiveram um início, ascensão, encerramento de atividades e agora voltam para um novo começo, qual a comparação da cena metal de 1993 à 2000 e agora em 2010. Existe muita semelhança?
Não. Mudou um pouco! O Metal está mais elitizado, com pessoas, em sua maioria, de nível intelectual maior, mais críticas, mais exigentes. Mas é um público muito fiel, que ama o Metal de verdade, que não aceita o que a grande mídia insiste em “empurrar” como esses grupos criados em laboratório, Axé, Funk com apologia ao sexo e às drogas etc. O que eu pude notar, também, é que os estilos se afastaram a ponto do, por exemplo, fulano que gosta de power metal, não gostar de Thrash Metal ou vice-versa. Talvez seja uma evolução dos estilos existentes do metal, mas isso é uma outra história...
Gostaria que cada membro da banda se apresentasse aos nossos leitores e dissesse qual é a sua principal influência no meio musical.


Eu sou Fabio Schneider, vocalista, tenho 35 anos e minhasin fluências são: Chicago Transit Authority, Thin Lizzy, Iron Maiden, Metallica, Black Sabbath, Dio e outros.
Eu sou o Kiko Dittert, guitarrista, 34 anos e minhas influências são: Metallica, Megadeth, Iron Maiden, Yngwie Malmsteen, Ozzy e Dream Theater.
Eu sou Dead Montana, baixista, 36 anos e minhas influências são: Suicidal Tendencies, Metallica, U2, Judas Priest, Danzig, Anthrax, Black Sabbath, Iron Maiden, etc...
Eu sou Felipe Curi, Baterista, 34 anos e as minhas influências são: Iron Maiden, Metallica, Megadeth, Dream Theater, Rush, Deep Purple, Led Zepellin, Black Sabbath, Dio, Ozzy e outros.


Existe alguma chance da banda relançar o seu debut?
Se houver oportunidade, por que não?
De acordocom a cena musical nacional, que, diga-se de passagem, anda bem precária, o que vocês destacariam e descartariam dela?
Destaques: Andre Matos, Angra, Almah, Hangar, Tribuzy, Soulspell, Hibria e Shaman.
Descartes: Fiuk, Axé, Funk, Pagode e esses lixos que passam aos domingos.
Gostaria de agradecer a banda pela entrevista. Desejo muito sucesso nesse retorno à cena e aos palcos. Espero vê-los em ação em breve!
Valeu Pedro, Victor Hugo e toda a equipe do Rio Metal Blog, nós que agradecemos a oportunidade de contar um pouco a nossa trajetória desses 17 anos de Dreadnox. Muito obrigado!
Deixo essa parte livre para vocês mandarem um recado para os fãs de metal do RJ e do Brasil,e aos leitores do Rio Metal:
Galera, o álbum está matador, temos certeza de que vocês vão curtir muito nosso som e epseramos, muito em breve, fazer muitos shows pelo Brasil e pelo mundo. Obrigado pela força! Vejo vocês por ai!
Para conhecer e acompanhar as novidades da banda, podem conferir no myspace: http://www.myspace.com/dreadnoxbrazil
E também no Twitter: www.twitter.com/dreadnoxbrazil