domingo, 7 de agosto de 2011

Entrevista Jens Johansson, Stratovarius (Agosto 2011)

Photo credit by Alex Kuehr

Rio Metal entrevista Jens Johansson (Stratovarius)

Em 2011 Stratovarius lançou Elysium, segundo álbum contando com o guitarrista Matias Kupiainen e o baixista Lauri Porra. Como os mesmos estão inseridos nos processos de criação e composição da banda hoje?

Funcionou muito bem destas vezes assim como funcionou com Polaris. Nós dividimos as funções de escrever, mas não necessariamente de um jeito igual ou preciso. Quem quiser escrever, começa a escrever. Nós então fazemos algumas demos e juntos decidimos o quê deve ir no álbum atual.

Alguns de nós escrevem em colaboração, outros preferem trabalhar sozinhos. É apenas como cada um de nós quer fazer ou o que nós queremos escrever. É claro que se alguém tem algum tipo de surto psicótico e escreve dez músicas de reggae ou polka, essas músicas provavelmente serão vetadas pelo resto de nós. Nós queremos manter o foco no que o Stratovarius tem sempre sido: metal melódico com um mensagem positiva e esperançosa.

Como foi o processo de criação de Polaris (2009)? Existiu algum tipo de diferença entre o modo de trabalho entre Polaris e Elysium?

Só que nós conhecemos a cada um melhor agora. Nós tocamos em mais de 120 shows juntos e a banda está mais unida como pessoas e como músicos.

A música “Elysium” possui 18 mins de duração. Alguma curiosidade acerca do tema da música ?

Para mim, esta é uma música sobre esperança em face ao desastre. É a primeira demo do Matias que eu ouvi para “Elysium”. Eu fui imediatamente vendido na idéia. Ela era maior no início, ele cortou aproximadamente 10 minutos de material. Então, essa é a “edição de rádio”, por assim dizer.


Photo credit by Alex Kuehr

Jens, como essa é nossa primeira entrevista com vocês aliado ao fato de admirarmos e acompanharmos a trajetória do Stratovarius, gostaríamos de fazer umas pergun

tas talvez um pouco delicadas, por favor, se se sentir pouco a vontade para respondê-las e não o quiser fazer, fique a vontade. Ainda existe algum tipo de briga judicial sobre o nome da banda?

Pra responder sua pergunta de forma breve, não. Não existe nenhuma disputa legal que eu saiba.

Não é realmente delicado ou

desconfortável falar sobre essa questão, mas a maioria do que se pode dizer sobre isso já foi dito de alguma forma. Eu entendo se isso interessa às pessoas lá fora, esses tipos de disputas são nor

malmente o que prende a atenção na internet dentro de gigantes guerras calorosas ou vende jornais e etc. Mas no final, eu não est

ou interessado na atenção da internet ou em vender jornais, eu sou um músico.

Como é o relacionamento entre os atuais menbros do Stratovarius e o Tolkki?

Eu diria que é cordial e educado, com uma nota de suspeita. De todas as pessoas na banda, eu acho que eu me comunico mais com o TT. Eu estranhamente, de

alguma forma, ainda o considero um amigo, mesmo que isso tenha sido um pouco difícil de manter essa crença quando a merda tem estado voando em alguns momentos. Eu realmente desejo tudo de melhor pra ele. Ele tem um talento enorme, é um gênio, num ponto muito difícil. Os surtos de raiva e confusão que ele

tem às vezes são as cruzes que ele tem que carregar. Eu ainda acredito que nos anos a partir de agora nós todos iremos apenas rir sobre toda essa merda que aconteceu. Na verdade, agora já tem desaparecido muito, pelo menos do ponto de vista dos fãs.


Quando Tolkki deixou a banda, havia a notícia que a banda preparava um novo álbum, chamado “Revolution Renaissance”. O mesmo chegou a vazar na internet completo com o Stratovarius, mesmo que em uma versão demo. Qual o sentimento da banda com esse acontecimento ?

Se eu tomar a liberdade de falar por cinco pessoas com uma boca, no momento, perfeitamente OK! Isto está a poucos anos no passado agora. Eu gosto de ambas as gravações, as demos Strato-RR, e a produção “Revolution Renaissance/New Era” com os outros músicos que Frontiers depois colocou pra fora. Você tem que lembrar que a gravação Strato-RR foi só uma demo. Isto é muito rude! Eu acho que isto ainda tem um monte de características, essas duas gravações me mostram exatamente que você não pode simplesmente substituir uma banda e manter as músicas e esperar o mesmo som e sentimento. O RR/NE é mais polido mas talvez falte um pouco em característica. Timo colocou isto junto com muita rapidez, se eu me lembro ele até brincou e usou a palavra "Ikeavarius", que é só uma abreviação para algo muito facilmente colocado junto. Eu posso entendê-lo de várias maneiras. Contratar competentes músicos de estúdio para botar junto num álbum é um procedimento indolor, como juntar uma estante Ikea. Stratovarius era—e é—uma coleção de características algumas vezes bastante difícil.

Para mim o som das demos é um pouco como um velho par de confortáveis (talvez rasgados) jeans versus um novo e brilhante par de jeans diretamente da loja da produção “real”.

Os membros do Stratovarius chegaram a ouvir o material, agora gravado pela banda “Revolution Renaissance” ?

Bem, eu pelo menos ouvi. Tem algumas coisas realmente boas lá!

Voltando a tempos mais recentes, percebemos que o conceito da arte gráfica de Elysium lembra um pouco a que foi utilizada em Infinite (lançado em 2000). Infinite marcou uma era na fase antiga do Stratovarius, seria Elysium um marco para a nova formação?

Eu não faço idéia! Nós só gravamos as músicas que tínhamos na mesa. Como sempre. O trabalho artístico é de Guyla, que é um grande talento visual. Ele o adaptou livremente ao conceito de “Polaris” e alguns fragmentos de letras. Mas não existe um grande plano abrangente.

Photo credit by Alex Kuehr

Como a banda está sendo recebida nos shows e como está sendo a repercussão de Elysium?

Resumindo: A banda, Polaris e Elysium tem sido super bem recebidos.

Recentemente pudemos assistir a passagem da banda pelo Brasil juntamente com os alemães do Helloween e o que vimos foram duas bandas bem entrosadas e que estavam se divertindo muito no palco. Esse sentimento que foi passado no palco é o mesmo da banda nos backstages da turnê? Como tem sido excursionar com o Helloween?

Eu era inicialmente suspeito, desde que eu não conhecia aqueles caras de forma alguma antes de nós fazermos a turnê. Eu descobri que eles eram realmente boas pessoas. Aquela banda tem algo muito forte e características interessantes também; Helloween é uma banda de rock old-school cheia de verdadeiros esquisitos. Sobre a turnê, eu realmente adorei no final!

Jens, uma coisa que me chamou a atenção foram as poucas datas em solo brasileiro, o que aconteceu para isto ter ocorrido?

Eu não sei. Nós normalmente tocamos no Rio, por exemplo. É provavelmente por causa de tantas bandas que estão competindo pelo dinheiro dos ingressos dos fãs agora. Isso não costumava ser desse jeito antes de começar todos os downloads de músicas. Mas hoje em dia é impossível para os artistas fazerem a vida somente vendendo discos. Então ele tem que pegar a estrada. Triste mas verdadeiro.

Há a chance do “Stratovarius” excursionar mundialmente, sozinho, ainda com a tour do álbum “Elysium”?

Eu não penso em outra turnê mundial após seis meses que nós já fizemos está nas estrelas, nós todos já pensamos em fazer o próximo álbum. Mas nós faremos mais uns poucos shows, na Rússia e provavelmente na Finlândia no outono.

Quando Stratovarius lançará um DVD ao vivo?

Boa pergunta! Não faço idéia. Existem alguns planos mas por agora nós focamos na música. Stratovarius tem tido má sorte com DVDs. Duas produções de DVD todo “explodido” já foram no banheiro, com centenas de milhares de euros perdidos.

Polaris, foi relançado com um disco bônus trazendo músicas gravadas ao vivo ao longo da turnê do mesmo álbum. Porque optaram por este formato e não por lançar um álbum separado ao vivo?

Para dar aos fãs um pouquinho mais de valor pelo dinheiro, e para dar às pessoas que não compraram “Polaris” um incentivo a dar uma ouvida. Eu acho que foi dado preço como um CD simples.

Jens, este espaço é todo seu para enviar uma mensagem aos fãs.

Oi!


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