terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Entrevista Marcus Siepen (Blind Guardian) - (Fevereiro 2011)

Esta é a primeira entrevista internacional do blog conseguida através de contato com a gravadora Nuclear Blast da Alemanha. Esperamos que seja a primeira de muitas.

Gostaríamos de informar que brevemente a entrevista estará disponível também em inglês para que mais fãs possam ter acesso a ela. Por enquanto é só, confiram o bate papo com o guitarrista Marcus Siepen da banda alemã Blind Guardian.


At The Edge Of Time é o nono álbum de estúdio do Blind Guardian e é o sucessor de A Twist In The Myth, lançado em 2006. Mantendo certa constância, o intervalo de um álbum para outro tem sido de quatro anos desde 1998 e isto aconteceu quando houve o lançamento de Nigtfall In The Middle Earth. Existe alguma razão para lançar os álbuns como a Copa do Mundo de Futebol (risos)?

É claro que existe, nós amamos assistir Copas do Mundo de Futebol na estrada ;) mas falando sério, não existe nenhuma pré determinação no Blind Guardian que dite lançar um álbum a cada 4 anos, foi um desenvolvimento natural. Primeiro de tudo você tem que ver que nós estamos viajando muito em turnê a cada novo álbum. Para pegar o último como exemplo, após o lançamento de “A Twist In The Myth” nós estivemos na estrada por 18 meses. Somente após a turnê ter acabado nós começamos a escrever novas músicas, que de novo nos toma um ano, talvez um ano e meio, então nós com certeza precisamos de algum tempo para gravar as novas músicas e então você tem o nosso lançamento a cada 4 anos. Se nós encontrássemos um jeito de fazer tudo isso mais rápido então nós faríamos, mas nós não conhecemos esse jeito mais rápido. Nós só precisamos daquele tempo para escrever 10 músicas que estão no “Nível Blind Guardian” (nós definitivamente não queremos encher lingüiça no álbum) e nós também precisamos de algum tempo para gravar apropriadamente, nós só não queremos comprometer quando se trata de composição ou produção.

Marcus, uma curiosidade sobre o Blind Guardian é o fato de contar com Oliver Holzwarth como baixista desde 1997. Existe alguma possibilidade de um dia o vermos efetivado no Blind Guardian?

Não, não existe chance disto acontecer. Blind Guardian sempre foi uma banda de 4 integrantes e permanecerá assim, não existe absolutamente nenhum plano de adicionar nenhum membro à nossa formação, nem Oliver nem qualquer outro. Nós não vemos a necessidade de adicionar qualquer outro membro à nossa formação, nós trabalhamos perfeitamente bem do jeito que estamos.

Neste novo álbum, a banda está mais progressiva do que outrora. Existe alguma razão para a ligeira mudança de sonoridade que era uma marca registrada do Blind Guardian?

Nós nunca planejamos nos tornar mais progressivos, na verdade eu não acho que nos tornamos, mas tudo que eu posso dizer sobre a composição é que tudo veio naturalmente. Nós mudamos algumas coisas enquanto compúnhamos; normalmente nós tiramos algum tempo livre após terminar uma turnê, desta vez nós começamos imediatamente, então nós estávamos ainda cheios com toda a energia e a adrenalina da turnê, e isto com certeza influenciou nossa composição. Outra mudança foi o fato de que desta vez nós interrompemos o processo de composição duas vezes para fazer alguns shows, que de novo injetou toda a energia e empolgação. Mas além desta forma de trabalho de escrever de sempre, nós nunca seguimos um plano rigoroso, nós somente começamos e vemos o que sai.

Marcus, o que pode nos dizer sobre o conceito da capa do álbum? Como foram elaboradas as composições e como está sendo a recepção do álbum diante aos fãs?

A recepção do álbum entre os fãs e também pela crítica tem sido incrível. Muitas pessoas consideraram este como “O” álbum do Blind Guardian, que captura tudo sobre o que esta banda tem sido e eu concordo absolutamente com isto. Além disso, o retorno que nós temos na turnê é incrível. Até agora tivemos 4 novas músicas no set e elas se encaixam perfeitamente com as clássicas, de alguma forma eu sinto como se nós estivéssemos tocando estas músicas já há vários anos. Sobre a capa, quando nós conversamos sobre a arte da capa nós nos focamos na música “Wheel of Time”, então nós tivemos a idéia com aquela pirâmide, os guardiões, o dragão... nós conversamos com o cara que fez a capa para a gente e apresentamos nossas idéias a ele, e então tudo foi muito suave. Ele trabalhou incrivelmente rápido e nos mandou esboços que já pareciam muito bons, mas o que mais me surpreendeu foi sua velocidade quando nós tínhamos algumas correções, algumas vezes ele não demorava nem uma hora para responder às nossas idéias. Em minha opinião o resultado final é, na capa e também todos os desenhos dentro do encarte, o melhor trabalho que nós já tivemos, então nós estamos mais do que felizes com isto.


Uma coisa que chamou a atenção na turnê brasileira foi o fato de algumas capitais como o Rio de Janeiro não estarem na rota dos shows. Visto que a banda se apresentou em 2008 nesta cidade, existe algum motivo para a exclusão dela na nova turnê?

Eu tenho que dizer que fiquei surpreso com isso também, eu esperava que o Rio estivesse entre as cidades para a turnê também, mas obviamente nosso promoter local no Brasil tinha planos diferentes. Ele está encarregado da rota desta turnê, então imagino que ele tenha suas razões, mas nós definitivamente não lhe dissemos para excluir o Rio.

Falando um pouco mais dessa passagem anterior no país, do que você se recorda do Rio de Janeiro?

É claro que me lembro do Rio, nós tocamos grandes shows lá e nós também tivemos grandes momentos. Eu lembro que nós uma vez ficamos num hotel em frente à praia de Ipanema e depois do café da manhã nós tivemos a grande idéia de nos divertirmos nas ondas... bem, nós tivemos muita diversão, mesmo porque nós quase nos afogamos porque as ondas eram muito grandes e fortes ;) Eu também só tenho grandes lembranças da entrevista no Rio então eu definitivamente espero que nós possamos voltar com a próxima turnê.

O baterista Frederik Ehmke já está a um tempo razoável na banda, ele já está completamente integrado aos processos de composição e criação da banda?

Sim, ele é um membro completo e pode ter sua influência em qualquer coisa relacionada à banda assim como Andre, Hansi ou eu.

Marcus um de seus hobbies é o skate. Como você consegue manter esta atividade durante as turnês? Deve ser difícil a atividade se considerarmos os riscos que você pode ter.

Ok, deixe-me esclarecer de uma vez por todas: Eu NUNCA fui um skatista! Nunca na minha vida! O que eu fiz foi treinar uma vez, por aproximadamente duas horas, e eu me diverti, mas então eu caí e quebrei minha perna em 5 lugares, e este foi o fim da minha muito curta carreira de skatista. Desde aquele dia eu nunca mais toquei um skate e eu não vou mudar isso. E para responder sua pergunta, mesmo que eu fosse um skatista, eu tenho ciência dos riscos de cair e me machucar seriamente, então eu não praticaria skate na turnê de forma alguma, eu prefiro ir passear, isto não é tão perigoso ;) Se eu precisar de algumas emoções na turnê eu prefiro jogar World of Warcraft ;)

Como a banda tem encarado o problema dos downloads ilegais? Você vê essa questão como um problema real para a indústria fonográfica ou algo que possa ser resolvido com calma?

O problema em minha opinião não é realmente a internet ou o fato de que você tecnicamente pode baixar alguma coisa, a música sempre foi copiada e provavelmente sempre será copiada, o problema é a atitude de muitas pessoas que simplesmente se recusam a pagar por algo, mesmo que ele goste. Se você quer ver uma banda e você baixa algumas músicas, tudo bem. Se você gosta deles e compra o álbum, ótimo! Se você não gosta deles e você simplesmente exclui, legal também. Mas baixar tudo sem pagar nenhuma vez vai matar a banda, ponto final. Para nós, tocar nesta banda e fazer música é uma paixão, uma devoção, algo que nós amamos, mas é também nossa profissão, é o que paga nosso aluguel. Qualquer banda depende de vender seus álbuns, e se os “fãs” não compram os álbuns nunca porque tudo parece ser de graça na internet então mais e mais bandas desaparecerão, isto é algo que as pessoas devem estar cientes e compreender..

Como tem sido as vendas do single A Voice In The Dark e do álbum At The Edge Of Time?

Para ser honesto eu não vi nenhum número sobre vendas até agora, mas a reação de ambos, o single e o álbum, tem sido maravilhoso, todos os retornos que nós temos da imprensa e dos fãs diretamente tem sido muito bons, o mesmo vai para a reação dos fãs quando nós tocamos as músicas novas ao vivo, então nós estamos muito felizes com estas reações.

Como foi a gravação do vídeo clip A Voice In The Dark? Gostamos muito do clima obscuro dele. O que podemos esperar nesta turnê do Blind Guardian?

Penetrando nesse vídeo, foi uma experiência legal para nós porque todas as nossas participações foram feitas em telas azuis, então nós não tínhamos a menor idéia se o resultado final seria bom. Também é estranho quando o diretor te instrui a olhar para certas coisas que simplesmente ainda não estão lá, mas como eu disse, foi uma experiência legal. Sobre a turnê, você pode esperar uma boa mistura das velhas e novas músicas do Blind Guardian, alguns dos clássicos, é claro, mas também algumas coisas que nós não tocamos há algum tempo.

Marcus gostaríamos de agradecer novamente a oportunidade e nos vemos na tour. Por favor, mande um “olá” aos leitores do nosso blog. Obrigado novamente.

Obrigado a todos vocês por todo o excelente retorno e apoio durante todos esses anos, nós estamos muito empolgados para finalmente voltar ao Brasil e eu posso prometer à vocês alguns grandes shows. Vejo vocês em breve!

2 comentários:

Jess disse...

Ficou bacana a entrevista. :)

Monitor disse...

Ótima entrevista! Parabens e espeoor por muito mais entrevistas internacionais!