O DarkTower tem quatro anos de história, uma banda jovem mas que já trilha um caminho sério para se despontar no cenário Metal nacional e internacional, de onde vem essa dedicação para com a banda?
Argos: Todos os membros do DarkTower compõem para a banda, cada um com sua freqüência e intensidade, e somos influenciados por diversos estilos dentro do Metal e também do Rock
Em quatro anos de banda o DarkTower já lançou três trabalhos, o primeiro foi o Single “Thorns Of Shadows” em 2008 com a distribuição de apenas 20 cópias. O que se lembram das gravações deste primeiro registro?
Galf: Foi mais como um teste, gravamos em casa e tivemos a ajuda do Makiavel, guitarrista e engenheiro de som que recentemente se uniu a banda fazendo dupla com o guitarrista Niccollo. O material, apesar de precoce, chegou a abrir algumas portas para a banda. Possuía apenas a musica, a Thorns of Shadows, que foi a primeira composição do Argos para o DarkTower, criada quando ele ainda nem tinha uma formação fechada e nem ainda tinha sido chamado por ele. Já não a tocamos mais ao vivo, apesar de ser uma boa composição, e muitas pessoas ainda pedem essa música em nossos shows, talvez voltemos a tocá-la algum dia...
Em 2009, saiu “Specters Arrival”, desta vez um EP com sete músicas, um trabalho mais completo. Como foi a repercussão deste material?
Argos: Antes de falar sobre esse lançamento, gostaria de falar sobre uma curiosidade: Existe um equívoco sobre o Specter’s Arrival... Ele possui, na verdade, quatro faixas, porém já vi alguns sites na Europa, e além deles, o Metal Archives, apresentando esse EP/Demo com sete faixas, e o mais interessante que estas faixas anunciadas existem, porém nunca foram gravadas! Não sei como essa informação vazou, mas ficamos intrigados em como esse set chegou ao conhecimento da mídia de outros países.
Sobre o material em si, foi extremamente importante para a divulgação do nosso trabalho, nos possibilitou viajar para todos os estados da região Sudeste, a partir dele, aumentamos ainda mais a rotina intensa de shows e fomos selecionados para participar do Wacken Metal Battle em 2009. É um trabalho muito bom, mas ainda não tínhamos atingido um processo de criação ideal, pois teve pouca participação dos outros integrantes, visto que 3 das 4 faixas são de minha autoria.
Mesmo assim, é um trabalho forte, visto que tocamos muitas musicas deste material (que estarão no debut) e são muito fortes ao vivo.
Também em 2009 foi lançado “Lords Ov The VastLands”, EP contendo algumas das músicas em que a banda vinha trabalhando e que são uma prévia do debut da banda. Este EP está recebendo excelentes críticas. O que podem nos dizer sobre essa receptividade?
Argos: Apesar de ser menor que o trabalho anterior (3 faixas), temos todos os integrantes participando ativamente do processo de composição, e por isso, temos um trabalho melhor elaborado e com um apontamento mais definido dentro da busca pela nossa identidade musical. Este lançamento figurou em diversas mídias importantes do meio metálico nacional como a Roadie Crew, Whiplash, Novo Metal, All the Bangers e webzines da Europa, sempre com críticas excelentes. Ficamos muito satisfeitos com a divulgação desse material, pois são musicas que realmente empolgam as pessoas por onde passamos e nos dá ânimo total para lançarmos o nosso debut, previsto para este ano.
2009 parece que foi a ano do DarkTower. Vocês participaram do Wacken Metal Battle Brasil e foram eleitos como a melhor banda da seletiva do Rio de Janeiro. Qual o sentimento de vocês quanto a esta competição e ao resultado?
Galf: Ficamos muito lisonjeados com essa vitória, pois tivemos uma divulgação muito grande no Brasil. Muitas pessoas começaram a conhecer o DarkTower na época da seletiva de 2009, inclusive no próprio Estado. Além da vitória na seletiva, nós fomos citados por várias pessoas ao redor do Brasil como uma das favoritas para a final Nacional. Acabou não acontecendo, mas continuamos firmes com as metas da banda, e de lá para cá muita água já passou e muitas coisas foram conquistadas.
Quais os assuntos que inspiram as letras da banda? Como é o processo de composição abordado?
Galf: São vários assuntos, algumas músicas são trechos de uma estória que vamos escrevendo de acordo com a progressão da banda, o conto sobre Anne e a Torre Negra. Já outras falam sobre o próprio ser humano e sua evolução, sobre mitologia de diversos povos do globo, etc.
As letras são escritas por mim e pelo Argos. As vezes escrevo letras inteiras e/ou esboços e ele me ajuda a desenvolver o tema. O inverso também acontece e depois deste processo, finalizamos juntos as métricas.
O que vocês podem nos contar sobre a história “Anne e a Torre Negra” que serve de inspiração para vocês?
Argos: É um conto que vamos escrevendo de acordo com o surgimento de novas músicas do DarkTower. Não nos focamos ainda em traçar os limites, apenas vamos escrevendo quando alguma inspiração surge, e no futuro, é provável que a gente escreva mais substancialmente e componha um material conceitual sobre o tema. Fala sobre o fantasma de Anne, uma mulher assassinada pelo próprio pai, Senhor de uma região fictícia. Este espírito vem a terra com propósitos definidos e toma proporções titânicas após sua “libertação”, buscando a renovação do universo através da destruição e do caos.
Como foi a feita a parceria e os contatos com a Satanicrew e a Reunion Music?A música do DarkTower figurou em duas compilações nacionais.
Galf: A Satanicrew nos ajudou na distribuição do nosso segundo material, o Specters Arrival. Já a Music Reunion do Chackal (Terrostorm) nos ajudou muito, tanto na distribuição como nos convidando para a coletânea deles que nos possibilitou contato com vários produtores de eventos e ajudou muito na divulgação. Também cito a Nihilist Distro que também ofereceu a oportunidade de participarmos de uma coletânea que nos auxiliou muito também. Todos tiveram papel muito importante e são lembrados por nós como verdadeiros apoiadores do nosso trabalho.
Qual o momento que vocês consideram o mais importante da banda?
Argos: Todos os momentos são muito importantes, mesmos os ruins, pois trazem experiência e amadurecimento, e por isso não posso citar apenas um. Citaria então, a vitória da seletiva carioca do “Wacken Metal Battle
No Brasil, tirando um Estado ou outro, temos um grande público de Heavy Metal espalhado por aí, mesmo assim muitos eventos tem participação pequena de fãs. O que vocês acham sobre isso?
Argos: É uma bola de neve, os produtores culpam o público, que culpa os produtores por não fazerem shows decentes, estes, às vezes colocam a pressão nas bandas para fazerem o trabalho deles divulgando o evento, e pedem vendagem de ingresso para pagar as bandas maiores (situação que achamos ridícula e nunca compactuamos) e por ai vai. Isso gera uma situação de estagnação e insatisfação e a solução é simples: Surgimento de mais produtores sérios e que visam alternativas, e novos formatos de eventos para atrair mais público, maior participação do próprio público gerando receita para os produtores e, principalmente, bandas pois estas precisam e merecem retorno pelo seu trabalho, e bandas comprometidas com a sua profissionalização e com a seriedade do seu trabalho. Tudo é cíclico e parece simples no papel, porém depende de cada um se movimentar, e não há como se obrigar ninguém a fazer parte desse processo. Ou você aceita o desafio ou não. Nós aceitamos esse desafio e tentamos fazer nossa parte, seja como banda, buscando sempre ter uma postura profissional e investindo em nosso trabalho, seja como público indo aos eventos, e apoiando produtores sérios.
O que vocês acham que falta para que o Brasil tenha uma cena de Rock/Heavy Metal séria?
Galf: Apesar de o Brasil ser extremamente forte como celeiro de bandas de Metal em geral, esse movimento não faz parte da cultura Brasileira de fato, e muito menos é a moda entre os adolescentes consumistas, e por isso não tem apoio da grande mídia. Isso agrava mais ainda a situação que vemos e que já foi falada a respeito na resposta anterior...
A questão é, fazer parte desse movimento é para os que amam o metal. Como dizem por ai: Ame-o, ou deixe-o.
Voltando ao material do DarkTower, como estão os processos de gravação da banda para o tão aguardado full lenght? Existe alguma data em vista para o lançamento?
Argos: Tivemos muitos contratempos externos à banda no ano de 2010 e devido também a rotina de shows extensa nossas previsões se atrasaram. O processo está bem adiantado agora, estamos trabalhando melhor as músicas novas, visto que as faixas que estão nas demos e entrarão no full já foram re-trabalhadas para esse lançamento.
Nossa previsão é de lançar ainda neste semestre. Vamos ver como as coisas vão andar, mas a nossa intenção é essa!
Como está sendo a receptividade das músicas novas nos shows?
Galf: É sempre muito boa. Tanto as pessoas que já ouviram material novo ao vivo como as que ouviram algumas demos falaram muito bem do material. Estamos muito ansiosos para lançar essas músicas através do nosso debut!
Algum plano para alguma futura turnê?
Argos: Claro! Estamos conversando com produtores na América do Sul e Europa para futuras datas. Não temos nada concreto ainda, pois muita coisa também depende de você ter um álbum full lenght e selo nesses locais te apoiando, mas a vontade existe, e acreditamos que essas turnês irão acontecer com certeza!
O que mudou desde o início da banda com o lançamento de “Thorns Of Shadows” até “Lords Ov The Vast Lands”? Como vocês encaram essa evolução e reconhecimento?
Argos: Sempre encaramos o DarkTower como um trabalho sério e sempre lutamos para obtermos frutos deste trabalho, desde de o início. Eu como membro fundador tenho paixão pelo que faço e amo a banda. E sei que os outros integrantes também têm esse respeito e dedicação. Por isso, temos certeza, que apesar das dificuldades de se ter uma banda de Metal no Brasil, temos muito a conquistar, além do que já alcançamos sem ter um álbum oficial lançado, e com apenas duas demos, o single inicial e as participações em coletâneas. É uma estrada longa e tortuosa, mas estamos nela e vamos seguir em frente com gás total!
Como foi criada a concepção da capa de “Lords Ov The Vast Lands”, o material do websingle é muito bem feito por sinal.
Argos: A música Lord ov the Vastlands foi escrita por todos da banda. Iniciamos ela de umas ideias do Niccollo, e justamente estas ideias tinham um feeling oriental. Algo dentro de um escala egípcia ou coisa do gênero. Em cima dessa proposta, eu comecei a pesquisar temas para a música e encontrei inspiração no mito de Nergal, deus Babilônico da guerra e da pestilência que posteriormente, se tornou senhor do mundo dos mortos. Daí veio o conceito do Senhor das Terras Vastas (Lord ov the Vastlands), que é como o Nergal é conhecido. Como consideramos o tema e a música fortes, batizamos o Single com o nome e como trabalho como Designer, criei toda a arte do material em cima desse conceito. Obrigado pelo elogio a arte do single! Um fato legal a respeito, é que ela foi votada como melhor capa de Single/Demo de 2009 em um site de Portugal!
Como o Heavy Metal é sempre visto no underground, qual o lugar mais podre em que vocês já tocaram e qual a situação mais inusitada pela qual já passaram?
Galf: Já passamos por várias situações inusitadas e muitos lugares que não ofereciam uma estrutura legal, mas fazemos o nosso show da mesma forma, seja para 10 ou 1.000 pessoas, seja em uma casa grande ou em um local pequeno. É claro que você fica desanimado quando encontra uma situação muito precária, mas tentamos dar o melhor em qualquer situação. Sobre situações inusitadas, já rolou muito coisa tal como: dormir em rodoviária, dentro do carro na porta do show, em praia, sem contar os vários porres que já tomamos Brasil a fora com amigos e fans!
Já surgiram chances de vocês tocarem fora do país? Excluindo a chance do Metal Battle.
Argos: Sim, já surgiram alguns convites! Temos contatos de fans e produtores em Portugal, Espanha, Finlândia, Alemanha, Bolívia, Equador, Chile, entre outros países, mas julgamos melhor manter esses contatos para quando tivermos o full em mãos, e, além disso, todos da banda trabalham, então precisamos conciliar também o nosso tempo livre para fazer uma tour produtiva para a banda.
Bom senhores, obrigado pela entrevista, esperamos vê-los em breve nos palcos. Fica aqui o espaço para mandar qualquer mensagem aos espectros que os seguem.
Galf: Agradeço a todos fans e vocês a pelo espaço! Muita coisa boa está vindo por ai, mantenham se atentos!
Argos: Agradeço o espaço cedido e agradeço também a todas as pessoas que nos apoiam!
Ainda vamos destruir muitos palcos Brasil e mundo a fora e só não desistimos desta luta devido a esse apoio! Saudações a todos!
SEE THE FUCKING RISE!
Um comentário:
Grande banda!
Hail DarkTower!!!
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