segunda-feira, 7 de março de 2011

Show, Anvil & Primal Fear - 27 - 02 - 2011 (SP).

Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2011. Depois de passar seis horas dentro de uma van , ficar com a bunda quadrada e dores nas pernas, chegamos ao Carioca Club em São Paulo para ver a apresentação conjunta de dois ícones do Heavy Metal mundial: os canadenses do Anvil e os alemães do Primal Fear.

A princípio o Primal Fear tocaria no Rio de Janeiro dia 26 de fevereiro, mas por um problema financeiro do promotor de eventos da cidade tal show foi cancelado, restando aos cariocas fãs da boa música ter que migrar para outro Estado.

Pra variar em São Paulo chovia, a fila dava sinais de que a noite prometia, o número de fãs do Anvil na fila da casa de eventos era consideravelmente maior do que os fãs do Primal Fear. A lenda canadense da década de 80 enfim recebia o carinho merecido por parte do público e a atenção da mídia.

O Carioca Club é um bom local para eventos. Apesar de ter um histórico calcado em gêneros de músicas nacionais a direção da casa abriu espaço também para shows de Rock Internacional. Sua estrutura conta com um palco de tamanho considerável, uma pista reta e acesso fácil ao bar e ao banheiro.

Ainda na fila, haviam pequenas discussões quanto a ordem das bandas que tocariam, mas tais questionamentos foram solucionados com os pares de tênis surrados por debaixo da cortina: o Anvil começaria o espetáculo.

A cortina se abre e lá estão Steve "Lips" Kudlow (Vocals / Guitars), Glenn "Five" Gyorffy (Bass) e Robb Reiner (Drums) prontos para a execução de March Of The Crabs, uma música instrumental perfeita para a abertura de shows.

Anvil.

O público gritava em uníssono “Anvil, Anvil ...”, palavras de baixo calão foram proferidas contra a segunda banda da noite. Com o contentamento e a emoção expressados na face dos músicos, a banda soltou mais um de seus clássicos, 666 e já na segunda música o público estava na mão dos canadenses, que não perderam e mandaram School Love, primeiro single da banda lançado em 1981 e presente no álbum Hard N’ Heavy lançado no mesmo ano.

O palco era decorado apenas por um enorme pano de fundo com a logo da banda. Os clássicos continuaram com Winged Assassins e This Is Thirteen cantadas por boa parte dos presentes. O que era legal de se ver durante o show do Anvil era a presença de alguns pais com seus rebentos curtindo o show e bangeando juntos.

É impressionante como Glenn Gyorffy e Steve Lips tomavam conta de todo o palco! A presença e o carisma dos dois é algo a ser aprendido por muitas bandas iniciantes ou não. Na seqüênci, Mothra e Thumb Hang, bastante pedida pelo público.

Hora de um pequeno descanso e o que se segue é White Rhino, um solo de bateria matador executado por Robb Reiner. A noite era certamente do Anvil e para fechar mais três petardos dos canadenses: Forged In Fire, Mad Dog e o carro chefe Metal On Metal.

Steve "Lips" Kudlow (Anvil).

Apesar da idade aparente a banda se mostrava rejuvenescida no palco, a performance de Robb Reiner nas baquetas, a presença de palco de Glenn Gyorffy e o espírito de menino de Steve Lips que solou com um vibrador, falou através da guitarra e ainda tocou o instrumento com a boca mostram o quanto esta banda é importante ao Heavy Metal mundial, não só pela excelência dos músicos mas pelo seu espírito.

Terminado o set dos canadenses a cortina se fecha e uma certa demora é sentida pelos fãs do Primal Fear que adentravam a casa de eventos, já que uma quantidade significante de pessoas já tinham saído logo após o show do Anvil. O público nos lugares mais próximos ao palco se renovou.

A demora ocorrida, no entanto, foi explicada rapidamente como a troca da bateria utilizada pelo Anvil pela bateria do Primal Fear, visto por todos os presentes.

Depois desta pequena demora, as cortinas se abrem novamente e o primeiro a ser visto no palco é Randy Black (Drums) assumindo seu lugar no controle das baquetas enquanto uma intro era tocada.

Primal Fear.

Além do pano de fundo com a logo da banda, o Primal Fear utilizava em cada um dos lados da bateria, dois painéis com imagens do álbum Nuclear Fire, trazendo uma explosão nuclear e a silhueta de uma águia à frente, de onde os outros integrantes sairiam.

Os primeiros a adentrarem ao palco foram os guitarristas Alex Beyrodt e Magnus Karlsson, seguidos rapidamente por Ralph Scheepers (Vocals) e Mat Sinner (Bass).

A primeira a ser executada foi Sign Of Fear, com uma banda empolgada e chamando o público para interagir junto. O Primal Fear toca uma de suas músicas mais “Priestenianas”, Chainbreaker, com o refrão cantado por todos os presentes. Em seguida vem Battalions Of Hate, ambas do primeiro álbum da banda.

Com o público já nas mãos o Primal Fear não perdeu tempo e continuou o show com Rollercoaster do álbum Seven Seals. A esta altura um dos poucos (senão o único) problema da casa de shows começou a irritar, a fumaça estava demasiadamente sobrando no ambiente, muitos tossiram e reclamaram, mas ninguém se deixou abater com o fato.

Não abrindo mão dos clássicos, a banda entoa Nuclear Fire do álbum homônimo de 2001. Passando pelo último lançamento da banda, 16.6 (Before The Devil Knows You’re Dead), a banda toca uma das poucas do disco novo presente no set, Six Times Dead (16.6), uma música forte e pegajosa.

Uma pausa para a banda com exceção do exímio baterista Randy Black, que debulhou seu instrumento para o deleite dos presentes. Os demais músicos voltam e executam a dobradinha Blood On Your Hands e Fighting In The Darkness do álbum New Religion.

A noite continuava prometendo e os clássicos não paravam de ser evocados. Riding The Eagle, Final Embrace e o hino Metal Is Forever mostraram o porquê do Primal Fear ser um dos maiores expoentes do Metal mundial.

Ralph Scheepers (Primal Fear).

A banda sai do palco e obviamente o público os convocava para o bis mesmo de um modo meio apagado, talvez pela fumaça e até mesmo pelo horário tardio em que já estávamos se tratando de um domingo. A banda volta e executa Angel In Black e Running In The Dust.

Nesta última, Ralf Scheepers desce do palco e cumprimenta os fãs que estavam na grade tirando risos de Sinner e Karlsson que pareciam não acreditar naquilo.

A apresentação do Primal Fear é algo simplesmente matador,com certeza a banda conseguiu angariar alguns fãs a mais neste show. A banda inteira possui carisma e presença de palco, interagindo com os fãs a todo tempo.

Devido ao atraso ocasionado provavelmente pela chuva em São Paulo, os sets foram mais curtos do que o esperado, a falta de um bis do Anvil assim como a promessa de duas músicas da carreira solo de Scheepers e alguns cortes foram sentidos. Apesar disto, tivemos uma excelente noite de Heavy Metal com uma banda que fez e outra que faz a história deste estilo.

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